QUANDO A ESCOLA PROGRIDE, TUDO PROGRIDE.
- Admin
- 15 de mar. de 2018
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A frase é do reformador Martin Luther que, além de suas teses, que levaram à reforma da igreja, durante o período conhecido como Reforma Luterana, também tinha uma paixão pela educação.
Lutero nasceu em 1483, em Eisleben, no norte da Alemanha.
Seus pais queriam que ele fosse advogado, estudos que até iniciou. Mas, em um determinado momento, sentiu-se atraído pelos estudos da teologia e, por conta própria, procurou o Mosteiro Agostiniano, em Erfurt.
Aos 25 anos de idade, foi para a Universidade de Wittenberg, onde se formou em Estudos Bíblicos.
Em uma viagem até Roma, para discutir questões teológicas, escandalizou-se com os costumes mundanos do clero. Ao voltar, iniciou como professor e pregador, sob a proteção do Príncipe Frederico, O Sábio. Em 1517, Lutero publicou sua 95 teses, que insurgiam principalmente contra a venda de indulgências pela igreja, uma espécie de passe para o céu, de acordo com o pagamento de valores para a igreja católica.
A publicação das 95 teses causou notoriedade à Lutero e chamou a atenção das autoridades. Em seguida, a tensão com o clero só aumentou. Em 1521, o Papa Leão X publicou a excomunhão de Lutero. No mesmo ano, Lutero reafirmou suas convicções perante os governantes alemães, na Dieta de Worms.
Proscrito, Lutero permaneceu escondido por um ano em um castelo, sob a proteção de amigos. Aos poucos, Lutero retomou a vida religiosa em Wittenberg. Em 1525, casou-se com uma ex-freira Katherina Von Bora. Morreu em 1546, durante uma visita à sua cidade natal.
Quanto à educação, a protestantismo, especialmente com as contribuições de Lutero, levou a uma mudança no sistema de ensino alemão, com a criação de uma escola pública, voltada ao saber útil e que nasceu do projeto educacional de Lutero.
Lutero argumentava que "o dinheiro investido em educação seria muito menor que o gasto com armas e traria benefícios mais profundos".
Pensando nos dias de hoje, o que vemos na educação é um descalabro. Escolas sucateadas, violência e bullying em sala de aula e professores mal remunerados.
Obviamente, há instituições em que esta realidade não se faz presente, em especial quando se trata das instituições privadas. No entanto, são instituições acessíveis por uma camada limitada da população.
De alguma forma, os próprios professores são responsáveis por este cenário.
Nunca gostei daquelas mensagens que se encontram em banners nas redes sociais ou até em camisetas vestidas pelos próprios professores, onde diz: Não me sequestrem, sou professor.".
São os professores que diminuem a si mesmo, com chamadas do tipo "professor é explorado", "meu salário é muito baixo", etc.
Ora, não esperem que a sociedade vá atender a este chamado. Se fosse assim, o clamor dos professores com estes gritos de socorro já teriam sido ouvidos há muitos anos, pois este é o tempo que tenho ouvido isto.
Sim, os direitos são conquistados ao custo de muita luta e também os direitos dos professores foram conquistados durante todos estes anos, com muita mobilização, discussão, debates e luta.
Mas é momento de parar com este discurso de "tenham pena de nós"! O que vai fazer a diferença para a sociedade não é o discurso de pena, mas a valorização da especialização dos profissionais.
O discurso de "tenham pena de nós" é discurso de liquidação. E, em uma liquidação, o que se oferece é o que sobra. Professor não pode ter este sentimento, de ser peça de liquidação. Professor precisa ser artigo requisitado. Professor não é produto de loja de departamentos. Professor é produto de alfaiataria. Na loja de departamentos, você encontra produtos comuns, mas na alfaiataria só tem "alta costura".
Ao invés do discurso de coitadismo, nas esquinas democráticas, que não sensibilizam mais a sociedade, urge que as classes de professores se organizem para colocar lideranças nos parlamentos, que falem a voz dos professores, a voz da escola, a voz da educação.
Enquanto os professores ficarem nas esquinas, com um discurso de coitadismo, as armas correrão soltas pelas favelas e bairros, deixando rastros de sangue e violência.
Professores, voltem para a sala de aula, preparem seus alunos para serem líderes e seres pensantes e com autonomia e organizem-se para colocar verdadeiras lideranças nos parlamentos, aqueles que pensarão em educação como um todo, em orçamentos adequados, em distribuição de recursos para as escolas, deixando de lado aqueles que estão lá apenas para defender uma classe.
Só assim, teremos uma educação à altura do que merecemos. Nem mais, nem menos, mas o que é correto e digno.
Prof. Uwe Roberto Strauss
EDUCADORPONTOCOM Capacitação e Desenvolvimento
www.educadorpontocom.com.br
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